quarta-feira, 2 de outubro de 2013

strawberry fields forever.


- Como você se imagina daqui a 10 anos, Alice? - perguntou sua mãe.

Alice parou para pensar. Debruçou seus braços sobre a mesa, observou o teto da cozinha, apoiou o queixo em uma das mãos, olhou para sua mãe e finalmente respondeu:

- Eu não sei. Tenho medo de imaginar.

Na verdade, aquela resposta era apenas uma desculpa esfarrapada de Alice, pois em sua mente já estava sendo formada uma bela história para si mesma.
Ela pensava em Paris na década de 50, com todas aquelas moças elegantes exibindo seus vestidos mais caros e lindos da Chanel, rapazes altos e elegantes desfrutando do clássico café parisiense e crianças andando de bicicleta e pulando corda em frente a suas casas. Aquele era o ano em que Alice gostaria de ter vivido, 1950.

Como boa parisiense -coisa que ela não era, mas gostaria de ser-, frequentava parques nos fins de semana, e durante a semana passava boas horas do dia escrevendo contos românticos nos cafés mais aconchegantes da cidade.
Alice se envolvia muito com cada personagem que criava, e imaginava se um dia iria encontrar alguém que lhe amasse como os rapazes amavam as moças na histórias em que escrevia.

Até que, certo dia, a resposta foi dada para Alice.
Enquanto ela andava de bicicleta pelas ruas de Paris, um belo rapaz surgiu. Ele trabalhava com seu avô colhendo morangos, e carregava uma cesta cheia deles.
Ela tentava pensar em algo para dizer ao rapaz, mas no momento nada lhe vinha em mente, e então, ela reparou que o rapaz se aproximava dela, com um lindo sorriso no rosto.
Pierre. Esse era o nome dele...

- Alice? Você está me escutando, menina?

- Me desculpe, mãe, tive alguns devaneios.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

hello, I love you.


Perguntava-se de onde ele vinha. Se a sua doçura era realmente existente.

Havia algo no modo como ele agia que lhe intrigava e encantava, ao mesmo tempo.
Seus quase dois metros de altura escondiam algo que, talvez, ninguém nunca havia visto de verdade -ou nunca deram o devido valor. Algo que precisava de muito tempo para ser revelado, algo que era de tamanha raridade.

Não dizia com certeza, pois nunca o viu antes, mas em sua mente, seu sorriso era o mais lindo que existia; Capaz de transformar humor em amor.
Seu abraço devia ser o mais confortante de todos; Capaz de esmagar e provocar sorrisos -não tão bonitos quanto os dele.

Imaginava sua voz com um sotaque engraçado lhe dizendo as palavras mais doces existentes, logo cedo, tentando mudar seu humor -talvez tentando tranformá-lo em mais amor, se é que isso era possível.
E então as respostas de todas as perguntas vinham na mente dela, mas logo eram esquecidas, pois ela ficava totalmente encantada com o seu jeito, mal conseguia entender o que pensava. Se sentia completamente tomada pelas palavras dele.
Isso acontecia sempre. Sempre.

Sentir-se bem, como se nada mais no mundo importasse.

Deitaram-se sobre a areia da praia, na noite fresca do verão.
As estrelas ficavam cada vez mais brilhantes, assim como seus olhos.
Ele prometeu nunca mais largar sua mão. Ela prometeu nunca lhe deixar só.
Ambos sentiam-se em completa armonia, e nada atrapalharia aquilo.

Enquanto ela imaginava diversas coisas, pensando em contá-las para ele, um sorriso largo e sincero formava-se em seu rosto.
Era inevitável, ela estava envolvida em seus próprios pensamentos.
No momento em que ele se virou, curioso, e perguntou a ela em que pensava, ela não pensou duas vezes antes de falar, e disse:

- Eu te amo. Por favor, não me abandone nunca.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

sobre escafandros e borboletas.


E agora, o que será de mim?

Perder-se nos próprios pensamentos a ponto de não conseguir mais decifrar suas próprias idéias e atitudes, não há nada mais constrangedor do que isso. Me sinto horrível.
Dentro de mim existe um escafandro e eu não posso fugir.

Demorei minha vida inteira construindo-o, e agora, no momento certo para mostra-lo às pessoas e deleitar-me dessa obra-prima, simplesmente me escondo dentro dele, como uma criaça com medo do escuro.
Não é algo que eu costumo fazer, mas apenas sinto que devo.
É mais forte do que eu. É melhor para mim.

Preciso me entender, entrar em acordo comigo mesma.

"Quando se deseja realmente dizer alguma coisa, as palavras são inúteis."

Nada fez tanto sentindo quanto essa frase faz agora.
Existe alguma forma de fugir do meu escafandro? Há alguma maneira do meu espírito fugir do meu corpo?
Apenas por um tempo, eu preciso de folga de mim. Preciso de folga dos meus pensamentos e das minhas idéias. Estou cansada disso tudo, apenas desejo uma pequena pausa.

Há, ainda, alguma forma de poder me desligar do meu cérebro e esquecer dele por um tempo?
Sinto que não consigo aceitar o acordo que criei comigo mesma -eu falhei, mais uma vez.

E sobre as borboletas... Bem, as borboletas são como eu, têm seus próprios escafandros
(mas elas, provavelmente, sabem lidar melhor com eles do que eu).

OBS: Escrevi isso apenas para me sentir menos pior e, de certa forma, explicar a vocês que estou confusa com tudo que está acontecendo comigo. E, bem, me desculpem por estar sem criatividade.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

como eu queria, como eu queria que você estivesse aqui.

Acabara de olhar a fotografia de seu amado.

Aquele ato lhe servia como refúgio. Era como se ao olhar aquela imagem, ela pudesse mergulhar no esverdeado de seus olhos e começar a sentir-se cada vez mais apaixonada.
Seus olhos lhe encantavam tanto quanto as estrelas, as mais brilhantes estrelas. E era assim que ela imaginava, seu olhar brilhante como as estrelas de encontro ao dela. Ela imaginava isso toda vez antes de dormir, o que lhe causava sonhos, os mais belos sonhos já tidos.

Acordara com o Sol iluminando seu rosto.

Nada lhe deixava tão bem humorada quanto isso, era como sentir sua alma renovando-se. Aliás, havia sim algo que lhe deixasse bem humorada, além do Sol: o amor.
O amor que lhe era demonstrado diariamente, durante longas conversas com seu amado.
Haviam frases das quais ela se recordava, que foram ditas nas primeiras conversas entre eles. Frases que apenas os dois sabiam, mas que deveriam ser compartilhadas, de tão doces que eram.

Anotara as frases mais marcantes em um caderno.

Durante a noite, no meio de suas crises de insônia -causadas por ele-, ela lia todas as frases enquanto estampava aos poucos um lindo sorriso no rosto.
Sorriso aquele, por qual ele era apaixonado -e que fez apaixonar-se por ela.

Voltara novamente a observar a fotografia de seu amado.

Observava cada detalhe, pensava, pensava e voltava a estampar seu lindo sorriso. Sorriso aquele, que nunca havia sido causado por outra pessoa, de tão sincero que era.

Amanhecera o dia.

Ela imaginava como seria se ele estivesse lá, confortando-a em seus braços, acalmando-a com suas doces palavras, enlouquecendo-a com seus beijos.
Ele imaginava como seria se ela estivesse lá, confortável em seus braços, calma com suas doces palavras, enlouquecida com seus beijos.

Ambos sentiam falta da presença física do outro, pois, apesar da distância, sentiam-se mais próximos e unidos como nunca havia acontecido antes.
Isso era o que os motivava a seguir com o sonho de um dia se encontrarem, e poderem finalmente se abraçarem, falarem, beijarem como sempre fora desejado.

"Como eu queria, como eu queria que você estivesse aqui."

Ela nunca havia sentido tanta dor no coração ao ouvir essas palavras. Palavras que descreviam seu desejo, seu único, e talvez, mais batalhado desejo.
Desejo do qual não conseguia se livrar, pois ela já estava enlouquecida de amor por ele, como nunca havia ficado por alguém antes.

Mas por mais que o sonho demore para se realizar, de uma coisa ela tem certeza: ele é o primeiro e grande -quem sabe, o único- amor de sua vida, e tem certeza de que valerá a pena correr atrás de seu tão desejado sonho.

PS: Obrigada por retribuir todo o amor que lhe demonstro, e um pouco mais; Por me fazer sorrir com as coisas mais bobas que existem; Por me dar inspiração para diversas coisas e principalmente, obrigada por fazer-me sentir como nunca me senti antes, e por despertar o mais lindo e sincero amor que existe dentro de mim.
Eu te amarei até que todas as estrelas desapareçam do céu, meu amor.